25 de junho de 2011

hoje não falo nada

hoje não irei escrever pra te fazer sorrir
não massagearei teu ego com isso tudo
com aquelas palavras que ainda não te disse
mas que sabes que guardo aqui
bem no peito
ou no conjunto de tudo que sou
não vou escrever pra falar de ti
do que foi
ou da mutação do meu sentir
não.
permanecerei sem falar nada
então fico muda
hoje não deixo registrada essa dor
de não te ter
de te perder.
apenas calo por saber que o meu coração
almeja exatamente o mesmo que o teu.
hoje não falo nada.

14 de junho de 2011

feito silêncio

me permita apenas calar
enquanto disserto sobre coragens que não possuo
deixe que eu vá
quando não houver mais disposição pra ficar
e que então eu chore
pela incompletude desses dias frios
que se tornam mais cinzentos
mesmo que minha solidão seja infundada
e totalmente incompreensível.
apenas deixe-me chorar
quando minhas lágrimas desafogam o meu sentir
se não conhece o desespero do silêncio
apenas aceite.
posso viver sorrindo mentiras por aí
fazendo novos eus
como se só houvesse possibilidade
de ser de verdade ao lado de alguém.
Isso é coisa de gente que ilude a si mesmo
que espera a permissão de outra pessoa pra ser feliz
mas é que me da aquele aperto
feito angústia
feito choro.
E em algum lugar
essas palavras são entendidas
por já ter tido no peito esse turbilhão de sentimentos.
Eu espalhei muito sorriso à toa
pra ver se um deles prendia alguém
no cantos dos lábios
mas ainda tenho alguns guardados
chorosos,quase desistentes
esperando valer à pena escapar pelos olhos
aproxime-se em silêncio e tente captar qualquer som
que saia de meu peito
se você não consegue ouví-lo
é porque não é você que faz ele bater mais forte