21 de abril de 2011

perdi, perdemos

perdida no escuro
eu não sei se vendaram-me os olhos
ou se eu que não quero enxergar
ver a verdade
cubro meus olhos com as mãos
como na infância com medo
não quero ser desse mundo
onde o amor é raro
me recuso a acreditar na tal realidade
neste lugar que me faz pensar
todos os dias, sem cessar
cadê o
amor?

13 de abril de 2011

então era tua

me pego louca delirante
por instantes desloco-me
como se fosse flutuante ao teu encontro
me perco nesses pensamentos
ao sentir que estás sempre comigo
em um lugar tão meu.
agora tudo se reduz a um afeto esquisito
de quando a gente se beija torto
fora de hora, apaixonadiço.
ao carinho da madrugada
uns risos bobos pela simples presença
e tudo a nossa volta
fica completamente fora de ordem
sem vergonha,sem por quês.
perdidos em momentos que são só nossos
inexplicáveis,incomparáveis
chamo teu nome com anseio de te ter pra mim
meu corpo em chamas de tanto a gente se beijar
e na tua ausência de tanto imaginar loucuras.
mas sem palavras
meus lábios mornos procuram o teu corpo
no escuro buscam a tua nuca
querendo só cuidar de você.
a forma como sei que tens a certeza
que sou unicamente tua
somos peças de um quebra cabeça
totalmente insubstituíveis.
por inúmeras vezes perdi o rumo
me encontrei em ti
nas tuas caras e malícias
em um querer doce e robusto
tudo que sei é que simplesmente sinto
sem medos sem displicências
enquanto tu respiras quero ser o teu ar
o refugio das tuas aflições
meus melhores beijos sempre serão os teus


texto de meados de 2010

12 de abril de 2011

mortais

E caem anjos
De asas cortadas
Do céu para o breu
Seus olhos brilhantes
Querendo o novo
Observavam de longe
E a curiosidade aumentava
Parecia tão belo
Tão vivido
E tentados aos luxos e lixos
Desse mundo
Imergem
Num oceano de inveja
Jogados aos pecados
Tornam-se ao inverso
De toda a beleza
E da leveza
Enfim humanos
Sem asas
A luz perdida no caminho
Cheios de malícia
Da força em arriscar
Fica o azar de perder as nuvens
E a delícia de encontrar o calor
Na ousadia de beijar uma boca
Molhados de suor
De tanto imaginar loucuras
Eis então o desejo
E o ato que os torna
Meros mortais.

1 de abril de 2011

guria guria

Estão todos olhando a Guria passar
falam de ser corpo
comentam seu mistério
disputam a sua atenção.
mas quando a Guria
olha e tenta se aproximar
todos mudam de assunto
e somem
se a guria pede ajuda
ninguém a escuta
e se quer lhe da companhia
-coitada da Guria!-vai continuar só.
é assunto aonde anda
atrai olhares mas somente olhares
e quando sai a noite
acontecem coisas no minimo estranhas
será que todos criam medo da personalidade da Guria?
mas ela dorme sozinha
e tem um vazio no peito
que ninguém tem vontade de ocupar.
a Guria tem um coração pesado
que ninguém quer carregar
coração cheio de emoções
e cheio de amor pra dividir.
quem olha de longe não percebe
não consegue ler o que ela tem por dentro
bem no fundinho do seu coração;
e quem não se aproximar
nunca vai saber: a Guria gosta de livros e de psy,
ela queria saber dançar,
troca uma balada por um chima
gosta de andar até as pernas reclamarem
tem preguiça de filme de terror
(na realidade ela tem medo mesmo)
vê pequenos detalhes
onde os outros enxergam cotidiano.
e, acima de tudo
está cansada de tanto assustar
e afastar pessoas,
os seus ideais causam espanto
mas são tão simples.
a Guria esta cansada
de esperar vidas se resolverem
por uma promessa de futuro
e ficar pra trás mais uma vez.
quem vai cuidar da Guria triste?
quem vai levar de prêmio o seu amor?
quem tem coragem de assumir o desafio e o coração pesado?
apostem suas moedas,
esperem o próximo capítulo.
enquanto isso a Guria também espera,
e esperar dói.