20 de dezembro de 2011

então mais nada sei.

Não sei mais o que desejo, nem se desejo. Num minuto quero apenas repousar, mansa; noutro quero voar de um impulso só. Rápida, rasante, perto de todos os perigos da terra, longe de todos os deleites do céu. Vai entender... Infelizmente ainda não aprendi a alçar voos mais altos.
Sempre fui de fazer muito do pouco. E todas essas pequeninas coisas são detalhes que muito me agradavam, mas de algum modo sinto que há algo passando por mim, despercebido, que se eu fosse capaz de reconhecer e capturar obteria grande parte da satisfação a qual busco.
Não, não sei mesmo que desejo é esse, nem se desejo o é; só sei que às vezes é melhor que se tenha uma única coisona do que um monte de coisinhas.

25 de junho de 2011

hoje não falo nada

hoje não irei escrever pra te fazer sorrir
não massagearei teu ego com isso tudo
com aquelas palavras que ainda não te disse
mas que sabes que guardo aqui
bem no peito
ou no conjunto de tudo que sou
não vou escrever pra falar de ti
do que foi
ou da mutação do meu sentir
não.
permanecerei sem falar nada
então fico muda
hoje não deixo registrada essa dor
de não te ter
de te perder.
apenas calo por saber que o meu coração
almeja exatamente o mesmo que o teu.
hoje não falo nada.

14 de junho de 2011

feito silêncio

me permita apenas calar
enquanto disserto sobre coragens que não possuo
deixe que eu vá
quando não houver mais disposição pra ficar
e que então eu chore
pela incompletude desses dias frios
que se tornam mais cinzentos
mesmo que minha solidão seja infundada
e totalmente incompreensível.
apenas deixe-me chorar
quando minhas lágrimas desafogam o meu sentir
se não conhece o desespero do silêncio
apenas aceite.
posso viver sorrindo mentiras por aí
fazendo novos eus
como se só houvesse possibilidade
de ser de verdade ao lado de alguém.
Isso é coisa de gente que ilude a si mesmo
que espera a permissão de outra pessoa pra ser feliz
mas é que me da aquele aperto
feito angústia
feito choro.
E em algum lugar
essas palavras são entendidas
por já ter tido no peito esse turbilhão de sentimentos.
Eu espalhei muito sorriso à toa
pra ver se um deles prendia alguém
no cantos dos lábios
mas ainda tenho alguns guardados
chorosos,quase desistentes
esperando valer à pena escapar pelos olhos
aproxime-se em silêncio e tente captar qualquer som
que saia de meu peito
se você não consegue ouví-lo
é porque não é você que faz ele bater mais forte

14 de maio de 2011

a frágil fortaleza

não consigo ser forte o tempo inteiro
manter meus sorrisos
e engolir as lágrimas
preciso sim chorar e gritar
esbravejar que estou viva
e que continuo sentindo
infelizmete sinto
e cada vez dói mais que a outra
todas feridas abrem novamente
e como doem
rasgam o peito como ferida recente
por instantes a angústia é tanta
e acabo sentindo que não haverá mais um sequer segundo
mas porque dói tanto assim?
se houver resposta
e se for possível diga-me
me fale ao ouvido
ou escreva no meu rosto
para que seja o máximo visível para mim.
passo a maior parte de tudo
criando uma fortaleza impenetrável
aonde barco algum conseguiria chegar
muito menos um avião avistar-lhe
invisível para todo o resto
ali me vejo, construindo algo tão infiltravel
aonde nada nem ninguém irá conseguir adentrar
onde permanecerei segura
a frágil e chorosa guria
estará em braços apertados
ninguém pode feri-la mais
ou quem derá tocar-lhe os pés.

9 de maio de 2011

paz amor união respeito



faltam alguns instantes
e a ansiedade aumenta
como quando se esta apaixonado
e o coração pulsa forte
ao longe já posso escutar o som
consigo sentir a energia
em segundos estou com os pés na grama
frente a frente com as ondas da música
fechando os olhos consigo flutuar com ela
e receber coisas boas
as melhores sensações
rodeada de amigos irmãos
de todas as cores
tribos
de todos os amores
se encontrar num sonho real
onde tudo o que se sonha
é poder ser incondicionalmente feliz

3 de maio de 2011

entre desabafos

poderia apenas perder a memória
não de toda a vida
uma parte apenas
como quando se faz uma música
se deleta a estrofe ruim
e insere uma nova e linda
abrir uma lacuna
e definhar a parte que faria eu esquecer a existência
apagar algumas recordações
para que nem mesmo um segundo fosse lembrado
pudera eu pegar esse passado em minhas mãos
e entre os dedos esmigalhar
destruir
mas eis que aqui
também em minhas mãos
porém em letras
destruo e jogo fora
todo o sentimento obscuro.

21 de abril de 2011

perdi, perdemos

perdida no escuro
eu não sei se vendaram-me os olhos
ou se eu que não quero enxergar
ver a verdade
cubro meus olhos com as mãos
como na infância com medo
não quero ser desse mundo
onde o amor é raro
me recuso a acreditar na tal realidade
neste lugar que me faz pensar
todos os dias, sem cessar
cadê o
amor?

13 de abril de 2011

então era tua

me pego louca delirante
por instantes desloco-me
como se fosse flutuante ao teu encontro
me perco nesses pensamentos
ao sentir que estás sempre comigo
em um lugar tão meu.
agora tudo se reduz a um afeto esquisito
de quando a gente se beija torto
fora de hora, apaixonadiço.
ao carinho da madrugada
uns risos bobos pela simples presença
e tudo a nossa volta
fica completamente fora de ordem
sem vergonha,sem por quês.
perdidos em momentos que são só nossos
inexplicáveis,incomparáveis
chamo teu nome com anseio de te ter pra mim
meu corpo em chamas de tanto a gente se beijar
e na tua ausência de tanto imaginar loucuras.
mas sem palavras
meus lábios mornos procuram o teu corpo
no escuro buscam a tua nuca
querendo só cuidar de você.
a forma como sei que tens a certeza
que sou unicamente tua
somos peças de um quebra cabeça
totalmente insubstituíveis.
por inúmeras vezes perdi o rumo
me encontrei em ti
nas tuas caras e malícias
em um querer doce e robusto
tudo que sei é que simplesmente sinto
sem medos sem displicências
enquanto tu respiras quero ser o teu ar
o refugio das tuas aflições
meus melhores beijos sempre serão os teus


texto de meados de 2010

12 de abril de 2011

mortais

E caem anjos
De asas cortadas
Do céu para o breu
Seus olhos brilhantes
Querendo o novo
Observavam de longe
E a curiosidade aumentava
Parecia tão belo
Tão vivido
E tentados aos luxos e lixos
Desse mundo
Imergem
Num oceano de inveja
Jogados aos pecados
Tornam-se ao inverso
De toda a beleza
E da leveza
Enfim humanos
Sem asas
A luz perdida no caminho
Cheios de malícia
Da força em arriscar
Fica o azar de perder as nuvens
E a delícia de encontrar o calor
Na ousadia de beijar uma boca
Molhados de suor
De tanto imaginar loucuras
Eis então o desejo
E o ato que os torna
Meros mortais.

1 de abril de 2011

guria guria

Estão todos olhando a Guria passar
falam de ser corpo
comentam seu mistério
disputam a sua atenção.
mas quando a Guria
olha e tenta se aproximar
todos mudam de assunto
e somem
se a guria pede ajuda
ninguém a escuta
e se quer lhe da companhia
-coitada da Guria!-vai continuar só.
é assunto aonde anda
atrai olhares mas somente olhares
e quando sai a noite
acontecem coisas no minimo estranhas
será que todos criam medo da personalidade da Guria?
mas ela dorme sozinha
e tem um vazio no peito
que ninguém tem vontade de ocupar.
a Guria tem um coração pesado
que ninguém quer carregar
coração cheio de emoções
e cheio de amor pra dividir.
quem olha de longe não percebe
não consegue ler o que ela tem por dentro
bem no fundinho do seu coração;
e quem não se aproximar
nunca vai saber: a Guria gosta de livros e de psy,
ela queria saber dançar,
troca uma balada por um chima
gosta de andar até as pernas reclamarem
tem preguiça de filme de terror
(na realidade ela tem medo mesmo)
vê pequenos detalhes
onde os outros enxergam cotidiano.
e, acima de tudo
está cansada de tanto assustar
e afastar pessoas,
os seus ideais causam espanto
mas são tão simples.
a Guria esta cansada
de esperar vidas se resolverem
por uma promessa de futuro
e ficar pra trás mais uma vez.
quem vai cuidar da Guria triste?
quem vai levar de prêmio o seu amor?
quem tem coragem de assumir o desafio e o coração pesado?
apostem suas moedas,
esperem o próximo capítulo.
enquanto isso a Guria também espera,
e esperar dói.

29 de março de 2011

tem eu, tem você


Por causa da chuva
Por causa da preguiça
Sem culpa
estamos a vagar pensamentos
Tem um mundo todo lá fora de gente
que pouco importa
Vamos nos atrasar
Por querer mais de nós dois.
Fica mais um pouco
me deixa contar mais dessa história
Todas as teorias e os sentimentos
Preciso de colo pra dormir
Quero entender da tua loucura
E sentir a nossa falta fazendo companhia
Desejo mais que solidão a dois e
Inseguranças tristes
pra preencher o cotidiano
Mais que sorrisos inconvicentes
e quase amizades convenientes
Eu quero menos.
Menos pensamento,menos dúvida
Um equilibrio e você de brinde.
Vamos nos atrasar
Deixa o mundo acontecer do outro lado da porta
Enquanto a gente discute desenhos animados na cozinha
E faz comida para o jantar.
Esqueça a música alta
Apenas sinta a vibração
Esqueça o além
Hoje é quarta,deixa o resto pra lá.
Tudo que se precisa está aqui
Tem eu, tem você
Tem a madrugada inteira de nós dois.
E isso é tudo.

25 de março de 2011

digo ao tempo



passei a não me importar mais com o tempo
com a infinita espera
apenas entendi que é necessário
aguardar o tempo de cada um
o meu tempo não é o tempo de Deus
é preciso saber que ele corre ao nosso favor
para que cada ponto esteja em seu lugar
a paciência é uma linda virtude
e tem de ser trabalhada a cada dia
cada hora e até mesmo a cada segundo
o tempo escoa e eu tento abraçar o relógio
me agarro na esperança daqueles beijos molhados
então optei pelo estado de espera
e assim permanecerei
acreditando sempre no dia
que a espera chegue ao fim;
somente fica incerteza
quanto tempo leva o tempo?

2 de março de 2011

o filho prodigo

retornar e perceber a distância
o enorme espaço que criei entre mim e as minhas frases jogadas
tudo tão estranho e vazio
ao mesmo me sinto acolhida
porém quase uma estranha
os dedos custam a deixar tudo fluir novamente
deve ser a tentativa de me enganar
de não expor meus sentimentos.